Infinito

Nunca gostei muito do número 8. Pode ser patológico, mas desde criança o 8 não me agrada. Talvez seja o formato. A sonoridade. Um trauma de vidas passadas.
Na infância eu tinha um baralho de cartas com desenhos do piu-piu, e escolhia as cartas que achava mais bonitas. Era meu brinquedo favorito na época, mesmo sem saber jogar nada. A carta 8, claro, era sempre a descartada.

Até o dia em que esqueci o baralho todinho debaixo da cama (onde eu costumava brincar) de uma pousada, na praia. Só fui me dar conta muitos quilômetros de distância depois. Neste mesmo dia, meu bichinho virtual morreu. Sério, é muita decepção em um dia só e para uma só criança. Acredito que deve ter sido a viagem mais longa da vida dos meus pais.

Comecei a pensar em tudo isso porque hoje, no horário do almoço, joguei na mega-sena e escolhi o número 8. Deixei o 7 de lado e escolhi o 8, o tal número azarado.

E eu tive toda essa maré de pensamentos durante uma aula de yoga, a qual eu tentava relaxar, mas minha cabeça ficou dando todas essas voltas, em looping infinito. Não precisa fazer sentido, mas juro que tentei me concentrar para depois narrar essa história boba para vocês. E o estou fazendo agora, enquanto espero uma pessoa que está atrasada.

Ah, e se dessa vez eu ficar rica, aviso vocês com outra história sem graça e sem nexo.

Infinito

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